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Foto do escritorMila Maia

A expressividade única da compositora e multi-instrumentista Clare Sands

Atualizado: 21 de abr. de 2023





Depois de dois anos pandêmicos com o mundo da música ao vivo praticamente inexistente, nós do "O Pint Diário" estamos presenciando um verão Irlandês aqui em Galway City que antes parecia estar congelado no tempo, e o gelo finalmente derreteu. A região está repleta de shows e festivais novamente, brotando uma novidade a cada semana. Na semana passada, tivemos a grande honra de assistir o show de Brian Finnegan em Lisdoonvarna, o qual foi extremamente sensacional e emocionante para nós, mas talvez o relato desse show fique para outro artigo. Hoje quero falar sobre a artista que performou antes de Brian Finnegan - a compositora, fiddle player e multi-instrumentista Clare Sands.


Eu já tinha ouvido falar de Clare e já tinha escutado ‘Abair Liom Do Rúin’, uma de suas canções com colaboração do grande violonista Steve Cooney (que aliás, está na nossa playlist de novidades do trad!), mas foi ali no palco que eu realmente entendi o trabalho dela.


Clare estava sozinha no palco, com um microfone para a voz, uma viola clássica (e não um violino!), um violão, um prato de bateria, chocalhos em um dos tornozelos, pedais e um notebook. Super carismática e sorridente, ela liderou o show que aconteceu em uma sala de hotel como se estivesse no palco do Rock in Rio, botando todos para cantar, dançar e vibrar junto dela. A sua energia eletrizante faz com que todos fiquem hipnotizados com a sua presença de palco visceral, deixando claro que ela dá tudo de si e tem o poder de mudar o ânimo de qualquer pessoa que estivesse em um dia ruim. A mistura de sintetizadores, instrumentos acústicos, poemas recitados por vozes pré-gravadas e letras sensíveis e revolucionárias são elementos que fazem o show dela tão único, assim como o jeito em que ela conduzia uma música para a outra, contando sobre suas viagens e experiências pelas regiões costeiras da Irlanda.





Clare é da sexta geração de fiddlers em sua família e aprendeu a tocar com seu pai. Além de ter raízes fortes na música tradicional irlandesa e cantar em irlandês e inglês, ela também tem influências do blues, da música eletrônica e sons de outras culturas. A carreira de Clare vem crescendo nos últimos dois anos e seus singles contam com participações de artistas renomados da cena trad/folk irlandesa como Susan O’Neill, Steve Cooney, BRÍDÍN, Hothouse Flowers e Tommy Sands.




Seus dois singles mais recentes, 'Sail On' e 'Awe na Mná (Praise the Women)', são duas canções que ganharam clipes lindos e com temas muito atuais.


'Sail On' fala da liberdade de todas as formas de amar, e foi inspirado na pintura do artista Tadhg Ó Ciardha, na qual mostra o beijo de duas mulheres com roupas tradicionais das Aran Islands.


'Awe na Mná' é uma homenagem às mulheres de todas as idades, que sempre estiveram firmes e fortes lutando contra todas as adversidades. O clipe foi feito por mulheres das quatro províncias da Irlanda e é repleto de cores.


Sempre dizemos aqui nos artigos e nas nossas lives que a música tradicional irlandesa é viva e está em constante evolução, e a lista de artistas atuais lançando materiais únicos e originais não para de crescer, assim como Clare Sands conseguiu inovar de maneira muito própria e botar essa cultura tão antiga em um patamar atual, sem desrespeitar suas raízes e riquezas.




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