Quando, anos atrás, fiz minha peregrinação à meca da música Irlandesa (também conhecida como Irlanda), fiquei encantado com aquelas belíssimas flautas de madeira que vi nas mãos de flautistas por todo o país. Confesso que, antes de conhecê-las pessoalmente, ficava mistificado com a beleza daquele som que ouvia em gravações e não identificava bem – o timbre sendo mais áspero e anasalado do que o das flautas de concerto que conhecemos, e ainda por cima tocadas com uma linguagem muito particular. Decidido a comprar uma, pus-me atrás de descobrir quais seriam as boas marcas, e a buscá-las em todas as lojas de música que encontrei. Descobri que chamam-se Irish flutes (não confundir com tin whistles, que são flautas e são irlandesas, mas não são "flautas irlandesas"). Descobri também que não não há exatamente "marcas" delas, e que as que se acham em lojas muitas vezes são réplicas baratas para turistas – esse tipo de instrumento encomenda-se de flute makers, luthiers especializados em sua fabricação. Pois então saí internet afora em busca de makers e modelos, e pesquisando mais uns bons bocados sobre essas flautas.
Acabei encontrando o trabalho de um americano chamado Casey Burns, que fabrica flautas de especial beleza. Não eram apenas bonitas, porém: suas flautas eram muito elogiadas por músicos de todo o mundo, e inclusive apareciam demonstradas por artistas de renome, como Kevin Crawford, flautista da banda Lúnasa. Decidi, então, mandar um email para o senhor Burns, para encomendar uma Irish flute para mim.
Da esquerda para a direita: Kevin Crawford (flauta - Lúnasa), Ed Boyd (violão - Lúnasa, Flook) e Casey Burns. Foto tirada do Facebook de Casey, que acompanhava a legenda: "Kevin e eu com um pedaço de lenha funcional em suas mãos. Eu quase queimei essas peças no tempo frio de algumas semanas atrás. Então lembrei que seria útil para documentar suas mãos para a flauta que quero desenhar e construir para ele. Ele levou para o palco e assustou todo mundo, inclusive a si mesmo, quando tocou. O crítico atrás é um violonista sem talento nenhum. Não sabe nem fazer um acorde. Tem que tocar em afinação aberta o tempo todo. Não sei porque ainda tenta..."
A surpresa foi duplamente agradável: primeiro, o instrumento provou-se realmente fantástico, e hoje é o que mais toco em casa, ensaios, shows e sessions. Segundo, porque Casey mostrou-se uma pessoa amabilíssima, muito bem humorado, contador de histórias e, como eu, dado a uma boa conversa.
Anos depois, perguntei ao Casey se ele gostaria de responder a uma entrevista para O Pint Diário, falando sobre sua carreira e sobre as flautas que fabrica – e ele não só aceitou de prontidão como mais uma vez conseguiu me surpreender com suas histórias e personalidade cativante. Ele me falou que quis aproveitar as perguntas, inclusive, para traçar uma narrativa maior, e de fato encadeou uma na outra de maneira formidável.
A entrevista foi traduzida por mim do inglês para o português com a permissão do flute maker, e é possível ler também o texto original no nosso site em inglês.
O PINT DIÁRIO – Você é americano: de onde vem a sua conexão com a música irlandesa e celta?
CASEY BURNS – Eu não tenho nenhuma conexão com a música celta em termos de família. Foi mais uma paixão nova nos meus 20 anos, graças a uma comunidade de Folk Music bastante ativa em Portland, Oregon, que incluía bastante música irlandesa. Grandes músicos como Triona e seu irmão Michael O'Dhomhnaill, e o grande fiddler Kevin Burke viviam lá na época. Eu também tinha amigos e morava com pessoas que eram músicos folk ativos em Portland. Eu sempre quis fazer instrumentos e Portland foi um bom lugar para aprender. (Ver próxima pergunta).
PINT – Há quanto tempo você faz flautas de madeira? O que te levou a começar a fabricar instrumentos? Como você aprendeu?
CASEY – Por volta de 1981 eu comecei a fazer ferramentas para a fabricação de instrumentos de corda, forjando formões usando um antigo pedaço de ferro de ferrovia e usando o velho fogão a lenha da minha casa como forja. Isso chamou a atenção da minha amiga Suzy Norris, que havia acabado de se formar na escola de fabricação de violinos. Ela me perguntou se eu poderia fazer uma ferramenta específica para fabricar violinos – um ajustador de alma que foi feito pela última vez em 1895 em Mirecourt, França. Havia alguns desses no Schuback Violin Workshop quando ela era estudante. Fui lá e medi um dos originais, e então passei a próxima semana recortando um a partir de chapas de aço de alto carbono que tinham serrilhas e lixa, e fiz as curvas necessárias, de acordo com as especificações. Suzy ficou encantada com a ferramenta, e disse que eu deveria levar para a oficina de violinos e mostrar lá.
Eu fiz isso e de repente tinha pedidos para muitas delas de fabricantes de violino de Portland e outros lugares. Isso foi numa época (25 anos) em que eu não tinha idéia do que fazer no resto da minha vida, e, de repente, tinha algo único que eu sabia fazer. Um benefício a mais dessa nova atividade foi que que de repente todos os luthiers de Portland queriam falar comigo sobre as ferramentas que precisavam. Foi na Kerr Violin Workshop que eu fui apresentado ao Douglas Steinke, fabricante de oboés barrocos. Ele me deu a tarefa de construir chaves simples de latão para os seus oboés.
Eu toco flauta desde os 6 anos, e passei por todas as séries tocando em banda e orquestra. Nunca fui muito bom. Culpei muito disso na minha flauta, e sempre tive essa idéia de que um dia eu faria uma melhor (inocentemente assumindo que seria um caminho mais curto do que conseguir pagar uma). Estava com esse pensamento em mente quando perguntei ao Doug sobre aprender a fazer flautas. Ele me convidou para a sua oficina na semana seguinte e eu fiz a minha primeira flauta naquela tarde, noite e na manhã seguinte. Essa foi a extensão do meu "aprendizado" formal. Pouco tempo depois, graças a amigos que me emprestaram um torno e outros equipamentos, foi que comecei mesmo a fazer flautas. Eu estava aprendendo sobre a Irish flute, e vendo que havia pouquíssimos novos makers, e nenhum em Portland. Eu já tinha um mercado pronto para ser atendido e logo estava construindo e melhorando as minhas flautas, o quanto minhas habilidades permitiam. Uma loja de música local, a Artichoke Music, tinha algumas flautas antigas que eu medi, incluindo uma Clementi e uma Rudall & Rose. (Ver próxima pergunta)
Uma Rudall & Rose original, feita em Londres em 1843. Atualmente exibida no Metropolitan Museum Of Art de Nova York. Fonte: Wikimedia Commons
PINT – Você poderia nos falar um pouco sobre os seus modelos de Irish flute? O que é esse modelo "Rudall" em que você se baseia, e qual a distinção dele para outros, como, por exemplo, o "Pratten"?
CASEY – Se tivesse bons fundos, o próximo passo óbvio seria viajar para conhecer a grande coleção de flautas na Library of Congress (Biblioteca do Congresso, dos Estados Unidos), conhecida como Dayton Miller Collection, e medir diversas flautas. Mas, como eu mal ganhava o suficiente para viver disso, estava fora de cogitação. Em 1983 eu decidi vender algumas flautas em um festival de música em Seattle. Eu tinha umas 20 flautas na mesa. Um dos outros vendedores veio testar as minhas flautas e disse "elas soam péssimas!" Eu expliquei que havia apenas começado a fazê-las nos últimos 5 meses e ainda tinha muitos pormenores para acertar. Ao que essa pessoa respondeu "uau – para 5 meses, elas são bem impressionantes. Fale comigo depois do festival". Ele era Mickie Zeckley, dono do Lark In The Morning, empresa de instrumentos musicais.
Micke me convidou para sua casa em Mendocino, California, e me mostrou sua coleção de flautas do século XIX de Londres – e muitos outros instrumentos. Flautas de orquestra londrinas com 8 chaves, da metade do século XIX, que estavam prestes a se tornar obsoletas graças às então novas flautas de metal com sistema Boehm (que são as que hoje conhecemos apenas por "flauta transversal"; as flautas de madeira, chamadas de "sistema simples", acabaram vendidas nas periferias mais pobres da Europa – países como Irlanda. Nota do editor). Músicos irlandeses do final do século XIX e início do XX acabaram gravitando para esses instrumentos por seus sistema simples de dedilhado, idêntico ao da tin whistle. Mickie mencionou que a maioria dos flautistas costumavam usar flautas do fabricante Boosey, camadas "Pratten Aperfeiçoada", flautas Rudall & Rose, Prowse e de alguns outros makers. Eles diferem de várias maneiras, incluindo como soam – Prattens favorecem um som mais cheio nas notas baixas, as Rudalls são um pouco mais "equilibradas" ao longo de toda a escala, e a Prowse era uma espécie de combinação das duas. Ele tem ótimos exemplares delas, e, após medi-las, comecei a fazer cópias sem chaves das Prattens. (Ver próxima pergunta)
Uma "Pratten Aperfeiçoada" em boxwood, fabricada por Boosey & Sons, feita em Londres por volta de 1863. Atualmente exibida no Auckland War Memorial Museum, Nova Zelândia. Fonte: Wikimedia Commons / Boosey & Co; Pratten, R
PINT – Além do modelo "Rudall & Rose", você também faz flautas baseadas no modelo "Pratten", para flautistas com mãos menores. Isso é especialmente útil quando se fala de Irish flutes, pois elas costumam ter buracos grandes e bastante espaçados, que precisam ser cobertos com os dedos (não têm chaves). Poderia nos falar da pesquisa que isso envolveu?
CASEY – Mickie organizava um acampamento musical em Mendocino em Agosto. Fui a esse acampamento com muitas flautas que fiz com base nas Prattens dele. O professor de flauta cunhou o termo "honkers" (buzinantes) para elas. Lark In The Morning e outras lojas de música começaram a vendê-las e eu estava já no caminho certo. Eventualmente, quis estar mais próximo da coleção do Mickie e do Rod Cameron, grande maker de flautas barrocas que também morava em Mendocino, e então me mudei para lá (1986). Um dia, Mickie me chamou e perguntou se seria possível redesenhar a flauta Pratten para que funcionasse melhor para mãos pequenas.
Assim começou algo oposto à "corrida armamentista" acústica do século XIX, quando as flautas de sistema simples tentavam correr atrás das Boehm, que tinham um som mais alto. Após algumas tentativas e falhas reposicionando os buracos, minha primeira flauta para mãos pequenas surgiu. Dependendo do diâmetro interno, é possível posicionar os furos de maneira desalinhada, de forma que se adequem melhor às mãos – ainda assim mantendo a mesma afinação e retendo a "voz" original – a qualidade inerente do tom e presença. Em poucas palavras, quanto mais próximo o buraco estiver da embocadura, menor ele deve ser. Usando esse simples princípio, foi possível fabricar uma flauta mais confortável de se tocar. O timbre e afinação da segunda oitava se preservam recortando cuidadosamente os buracos por baixo, uma vez definidos seus tamanhos. Eu levei esses métodos adiante. O que eu chamei de uma flauta para mãos menores em 1986 é o que hoje eu chamo de "Large Hole Standard" (padrão com buracos grandes). Desde lá, consegui iterar novas flautas com buracos cada vez mais próximos.
PINT – Que tipos de madeira você usa nas suas flautas? Como elas soam, uma em relação à outra?
CASEY – Há muitas espécies de madeira que funcionam bem para flautas. Elas incluem algumas árvores frutíferas, boxwood (buxo), rosewoods (jacarandás) e parentes, ébano, cocus, várias madeiras chamadas ironwood (pau-ferro), oliveiras, etc. Para o flute maker ocasional, essa grande variedade é maravilhosa. Porém, quando nos comprometemos a fazer mais de 100 flautas por ano, temos que limitar as opções para as madeiras que estão disponíveis e custeáveis. Além disso, algumas madeiras simplesmente não funcionam bem para alguns – por exemplo, eu sou alérgico a cocus e a maioria das rosewoods. Ébano me faz espirrar. Para a maior parte dos flute makers das últimas 2 décadas, a African Blackwood (pau preto africano, também chamada grenadilla ou mpingo) tem sido a madeira du jour, sendo boxwood a 2ª favorita. Eu descobri a mopane, uma madeira das savanas do leste da África, excelente para flautas. Elas passam por ciclos de disponibilidade. Mopane tem sido difícil de achar na última década. Boxwood vem da Turquia. Blackwood era bem fácil de achar até recentemente. Com a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção) e a Pandemia, muitas empresas se tocaram que não haveria mais matéria prima vindo para os Estados Unidos da África por intermédio da Europa. Eles se apressaram para comprar o que havia sobrando. Eu e outro flute maker tivemos que correr atrás para garantir que teríamos madeira o suficiente para o resto das nossas carreiras! Todas essas madeiras soam mais ou menos igual. Algumas podem passar a sensação de ter uma resposta mais rápida do que outras. Na maior parte do tempo, eu acabo só conhecendo o timbre delas quando novas (flautas de madeira tendem a desenvolver timbres mais ricos, profundos e volumosos com o tempo, se forem constantemente tocadas – nota do editor). Se bem cuidadas, essas flautas vão acabar passando mais ou menos a mesma sensação, a menos que comecemos a esmiuçar diferenças microscópias. Mas outros fatores acabam tendo mais influência aí, como o corte particular de cada embocadura, a porosidade do interior, entre outras coisas.
PINT – Isso é uma curiosidade (possivelmente ingênua) minha, mas que tenho certeza que já surgiu para muitos brasileiros: noto que algumas das suas flautas têm anéis metálicos, enquanto outras (como a minha) são puramente madeira. Você poderia nos dizer um pouco sobre essas suas decisões? Como os anéis afetam os instrumentos?
CASEY – Sempre ofereci uma versão totalmente de madeira das minhas flautas. A versão mais recente desse instrumento era a minha simples "Folk Flute". Omitindo as partes metálicas (anéis externos e de afinação), eu conseguia fazê-las mais rápido – e portanto vendê-las a um preço menor, afordável para novos flautistas. Com isso, acabei fabricando muitas flautas, o que me deu bastante prática com a afinação e "vocalização" delas. Os anéis externos conferem uma proteção adicional e são absolutamente necessários se inclusos os anéis de afinação. Isso requer mais material (incluindo prata, que é cara) e por isso o custo é maior. Chaves são outro custo adicional – elas fazem com que a flauta seja cromática.
PINT – Além de fazer flautas de madeira, você também oferece serviços de reparação para os seus antigos clientes, certo? Que tipo de consertos você mais tem que fazer?
CASEY – Eu costumava fazer reparos nos meus instrumentos. Mas como agora o mundo está repleto dos produtos de 38 anos fazendo flautas (mais de 5000 flautas), e como chego este ano à idade de me aposentar, peço à maioria que procurem levar as flautas para luthiers locais, se possível. Eu tenho outras coisas para fazer! A maior parte dos reparos são resultado de falta de cuidado e estupidez – pessoas sentando nas flautas, deixando-as cair pelas escadas, cachorros mascando-as por causa do óleo e, em um caso, uma pessoa que passou por cima da flauta com o carro. A outra maior causa é quando as pessoas não têm a atenção de guardá-las com umidade o suficiente depois de tocar, para evitar que a madeira rache.
Minhas instruções de cuidado, aplicáveis a todos os tipos de clima, estão disponíveis aqui.
PINT – Você se lembra de todos os países para onde já enviou flautas?
CASEY – A maior parte das minhas flautas ficou nos Estados Unidos e Canadá. Já mandei várias para a maioria dos países europeus, e também Rússia, Japão, Austrália e Nova Zelândia. Algumas foram para o Brasil, México, Chile e outros países sulamericanos. Também China e alguns países africanos.
PINT – Minha primeira Irish flute foi a sua Folk Flute – e, apesar de ser o seu modelo mais barato, nunca deixou de impressionar até músicos mais experientes pelo timbre robusto e belo design. Há um tempo, parecia que você fabricava elas em uma escala quase industrial e enviava para todo o mundo – apesar disso, há alguns meses atrás, você anunciou que não ia mais fabricá-las. O que o levou a esta decisão?
CASEY – Trabalho excessivo! E a vontade de perseguir algo mais intrigante e menos repetitivo. É bastante pesado para o corpo humano manter esse nível de produção.
PINT – Seguindo sua página do Facebook nos últimos anos, eu vejo o entusiasmo com que você está sempre pesquisando não apenas novas técnicas e materiais para os seus instrumentos, mas também novos adendos, como aquelas belas moedas desenhadas que você começou a colocar no topo das suas Irish flutes. O seu design é, por si só, bastante único e dá para ver que muita paixão e esforço estão constantemente fluindo para o seu ofício. Claramente, não é "simplesmente um trabalho" para você, então me pergunto: o que isso tudo significa para você?
CASEY – Não sei bem sobre "entusiasmo" depois de mais de 5000 flautas. Recentemente, parei de aceitar pedidos de todas as flautas, exceto em algumas circunstâncias, para que eu possa acabar com os pedidos que ainda estão pendentes. Neste inverno eu só vou fazer flautas – e oferecê-las individualmente, quando prontas, no meu novo site. Assim, não vou mais precisar responder a emails freqüentes como "quando a minha flauta vai ficar pronta?", que não aceleram em nada o processo (na verdade, fazem o oposto).
Vou fazer algumas flautas para vender naquele site – mas a essa altura da minha vida, estou perseguindo direções novas. Artisticamente, o que quero fazer é desenvolver e começar a fazer cópias de uma flauta de vidro especial, feitas no século XIX pelo parisiense Claude Laurent. Já pesquisei bastante coletei dados sobre elas, e espero começar a fazer flautas de vidro neste inverno. Ninguém as faz desde a década de 1840. São flautas incríveis!
(Casey atualmente escreve sobre sua pesquisa e desenvolvimento das flautas de vidro, bem como outros assuntos, no blog laurentflutes.substack.com)
Isso é, na verdade, mais voltado para a comunidade de profissionais e entusiastas de flautas históricas, mais do que para a comunidade de Irish flutes. Talvez haja algum interesse na comunidade de Irish flutes, mas isso é secundário. Existem makers de Irish flutes o suficiente, e também flautas minhas o suficiente no mundo. Não sinto que esse redirecionamento da minha carreira vá afetar as possibilidades das pessoas acharem uma flauta decente para tocar.
Há muitos mal entendidos nos fóruns online sobre as minhas novas direções. Alguns acham que eu me aposentei totalmente e não vou mais fazer flautas. A única coisa de que me aposentei foi de participar destes fóruns – prefiro fazer flautas.
PINT – Suas flautas são muito elogiadas no mundo todo em fóruns como o TheSession.org – foi lá, inclusive, que pesquisei muito e achei só boas coisas sendo ditas sobre o seu trabalho e sobre você! Quanto tempo levou para você chegar nesse ponto de reconhecimento?
CASEY – Eu já era um flute maker bem estabelecido e com reconhecimento quando esses fóruns evoluíram.
PINT – Se não me engano, você também toca Zampogna (gaitas de fole italianas)? O que te levou a elas? Você também fabrica elas?
CASEY – Eu gostaria de tocar essas gaitas italianas, mas não tenho tido tempo para fazer as que eu gostaria de tocar. Outro instrumento que eu amaria tocar são as Court Musettes da música barroca (um tipo de gaita de fole francesa barroca– nota do editor). Eu toco a gaita galega e francesa – há muitos de nós que perseguem esse tipo de música aqui na costa pacífica (oeste) dos Estados Unidos. Também toco um pouco de de jazz no violão, inspirado pelo Django Reinhardt.
PINT – Que tipo de música permeia a sua vida, por tocar ou ouvir?
CASEY – Jazz, opera, música galega – e o que quer que a minha esposa esteja aprendendo no seu acordeão diatônico. Eu ouço bem pouca música irlandesa, apesar de ter ouvido bastante no passado. Agora só faço o hardware!
PINT – O seu logotipo é bastante ímpar: um fossil de crinóide! E eu lembro da história que você me contou sobre ele era fascinante! Poderia nos contar um pouco sobre isso?
CASEY – Além de fazer instrumentos, eu já quis ser paleontólogo. Esse fóssil é de um animal que tenho estudado desde 1970 em um sítio arqueológico a noroeste de Portland. Eu publiquei um artigo sobre a paleoecologia deles: Exceptional crinoid occurrences and associated carbonates of the 3 Keasey Formation (Early Oligocene) at Mist, Oregon, USA. (ver abaixo)
PINT – Sua vida é cheia de atividades fascinantes: música, construção de instrumentos, paleontologia, fotografia de pássaros... algo mais? CASEY – Gosto de manter a mente aberta para novas possibilidades, novas aventuras, novos amigos, comunidade e aproveitar a vida. Atualmente, a Pandemia nos mantêm isolados uns dos outros, mas eventualmente vamos superar isso. Continuo esperançoso para o futuro!
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